quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


Uma história de amor

Contarei uma história
Que não é história qualquer
Então guarde na sua memória
Mas não pense em homem e  mulher
Esse amor maior do mundo
Que tocará bem lá no fundo
De um coração arrependido
Pois quem se perdeu, já está perdido

Era a Rosa a mais bela
E o homem se apaixonou
Vivia aos pés dela
E ela muito o amou
Mas Rosa era diferente
Não é como toda gente
Amava sem pedir nada
Nem fortuna, nem ser amada

Ela era o pão que o alimentava
Quando estava abatido
Era uma fonte que o curava
Se ficasse ferido
Ela lhe deu sua vida
Mesmo sem ela ser pedida

Mas um dia naquela cidade
Apareceu...A Maldade
Duas irmãs tão bonitas
Trazendo laços de fitas
As fitas eram enroladas
Nos braços das desalmadas
Os seus nomes não revelavam
Nem diziam onde moravam

E o homem se encantou
Quando em seus olhos olhou
Ele olhava para Rosa
Que era muito mais formosa
Mas ele estava tentado
Foi então,  para o outro lado

E se atirou em seus braços
Foi se enrolando em seus laços
O perfume era enjoativo
Mas foi o deixando cativo
Sem poder olhar para o lado
Ele já estava dominado


E da Rosa já estava distante
E naquele mesmo instante
Rosa chamou seu amado
Mas ele ficou embriagado
E tudo que ela dizia
Ele não mais ouvia

Mas a macia fita sedosa
Era por demais viscosa
Pois era corpo de cobra
Que numa repentina manobra
Ele sem ter tempo para lamúria
Foi levado por Lascívia e Luxúria
Eram seus nomes de verdade
E Abismo era sua cidade
Vieram disfarçadas de gente
Uma era venenosa serpente
A outra uma anaconda tão forte
Que deixou-o ferido de morte


Ah , se ele clamasse por Rosa
E ela é tão poderosa
Com seu sangue Carmesim
E a história teria outro fim

E a Rosa?A rosa despetalava
Pois era tanto que o amava
Caíram lágrimas vermelhas
E seu peito estava cheio de dor
Assim como de um pastor
Que perdeu suas ovelhas
Ela ficou triste e desconsolada
Mas não pode fazer nada
Quando ele disse sim
Consentiu seu próprio fim

Mas no princípio eu te falei
Que não era história qualquer
Não sei bem se te expliquei
Não era um homem e uma mulher
Era uma alma que se sujou
E perdeu seu grande dom
Assim que teve e rejeitou
A linda ROSA DE SARON
O amor na janel@

Tecendo um textum
Em janelas que se abrem
E te trazem,
E te fazem
Meu programa favorito
É real ou mito?
A privacidade ao vivo
Que destrói distância e substância
Quando toco na tela fria do seu rosto
E sinto seu beijo sem gosto
Em olhares que não se cruzam jamais
E vozes que não se ouvem mais
O que é mentira ou verdade?
Onde está o silêncio e a saudade?
Eu encontro seu silêncio numa branca janela
E sua saudade na mensagem de tela
O meu silêncio na inércia dos dedos
Minha saudade ...em meus medos.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


O sol batendo na janela
E as flores perfumadas no jardim
Suas portas como espelhos
Brincadeiras
Cores e sabores
Paz por toda parte
Eu correndo, Eu criança, Eu sorrindo
Nesse lugar eu fui feliz
Lá não existe mais?
Como eu consigo voltar?
Lá também mudou?
Ou só eu mudei?
Eu tentei
Mas não é para chegar
Lá é só para lembrar
Lá é minha infância
Onde eu não pude ficar.


Inevitabilidade

O que você fez não me deixou preocupado
Também tive o destino traçado
Caminho marcado, na fila do gado
Sempre seguindo os sinais
Nessa fila somos todos  iguais

Seguindo impotentes
Insanos, dementes

Quando olhei minha imagem:
Não sou escritor
Sou personagem
O  enredo : INEVITABILIDADE
Avesso da minha  vontade


Tudo em mim deteriorando enquanto falo
Minhas mãos tocam o mundo
Sem mudá-lo
Antecipar o luto, morrer agora?
Não sei se fico ou vou embora
Mas a Inércia me mantém na fila,
Sem atropelo
Assim como o gato
Persegue o novelo


Discurso

A mentira saiu essa noite
Com açoite  
E  máscara da verdade
Maldade escondida
Que vem
Lançando seu trem
Descarrilado
De cada lado do meu ouvido
E é lido
Um novo traço cheio de traça
Mais um discurso caído
Engano
A faca atrás da seda do pano
Mas o som ácido vem abafado
No plácido aplauso caiado
Daqueles que fingem e fogem
Que estão mortos ou morrem
A cada furo da agulha
Na costura do texto apodrecido
Uma fissura, um gemido
O meu grito quebra o vidro
O espelho se espalha e retalha
Mas só eu vejo
E desejo
O beijo
Da boca de água imaculada
Que falada
Corre e escorre viçosa,
Despretensiosa em simplicidade,
Uma ingênua verdade